Ouve… Ainda me lembro, mas o tempo trespassa-me. Não consigo mais ouvir falar de tanta morte. Sim, todos os segundos contam, mas o efémero mete-me raiva quero o eterno, o eterno do teu sorriso.
Ainda me lembro. Cantavas-me canções sobre sítios distantes, tinhas um cheiro doce e reconfortante. Olhos de terra que me sabiam dizer quais os caminhos a seguir.
Não pode ter passado tanto tempo. Eu lembro-me, foi ontem, roubaram-me. Não te vejo senão em fotografias, escondidas em gavetas com sete cadeados. Ouves-me? Sim, ainda te amo muito. Sim, ainda te dedico poemas e canções. Foste tu que me ensinaste o que era a arte. Foste tu que me ensinaste que existem pessoas que não são frias e ríspidas e amargas.
Foi tão estranho voltar a Setúbal. Foi tão estranho voltar a pensar na primeira vez que atravessei aquela ponte e vi a esplendor do rio e a beleza da simplicidade.
Jamais morrerás em mim. Não o permito. Sei que nunca pude chamar aquilo que sentia em relação a ti. Sei que tive que esconder as minhas lágrimas, afinal não era eu a verdadeira lesada. Mas tu eras igual para mim como eras para ele.
Oiço… Talvez um dia reencontre o teu sorriso…
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