domingo, 18 de maio de 2008

Heart Lock

Sim, descobriste. É a fechadura que tenho no peito que me impede de te amar. É a ausência da chave que te impede de me amares. Mesmo quando o nosso corpo se sente uno, as nossas almas não se misturam. Falta algo…
Olho para as nossas silhuetas a bailarem ao som do silêncio da Lua. Suspiramos ósculos e inspiramos segredos que mais ninguém pode saber. Shiu, eles podem ouvir! Mas fica comigo enquanto ainda temos tempo.
Sabes, isto podia ser o início de algo lindo. Temos todos os sonhos na mesma caixinha. Vamos fazer as malas e apanhar o primeiro voo para a cidade dos nossos desejos. Lá podemos construir a nossa vida sem pensar nas outras pessoas, só em nós.

- Amor, senta-te aqui. Beija-me agora que amanhã já será outro dia.
- Sabes que não tenho a chave para continuar a construir este paraíso imperfeito.
- Sim, eu sei. Talvez possamos enganar o Destino por mais uns momentos. Sabes que não te amo, não sabes?
- Claro que sim. Eu adoro-te, venero-te, mas não te amo também. Sabes que somos amigos.
- Sim, seremos sempre amigos.
- Então enquanto eles não aparecem…
- Sim, beija-me como se a noite fosse só feita de sombras, abraça-me como se o amanhã não existisse, olha-me nos olhos e por instantes és meu e eu sou tua.

Hoje acordei com um sorriso no rosto. A culpa é tua, ainda tenho o teu cheiro nos meus cabelos e o trago a sal do teu gosto nos meus lábios. Sabes, isto poderia ser o início de algo perfeito… mas somos apenas amigos.

“The more I show the way I feel
The less I find you give a damn
The more I get to know
The less I find that I understand
Innocent, the time we spent
Forgot to mention we're good friends
You thought it was the start of something beautiful?
Well think again.”
Porcupine Tree, Start of something beautiful

1 comentário:

Susana disse...

Um dia vai entrar alguém com a chave. Não a encontrou, não a fez, nem sequer a comprou. É dele, inata e legitima. E nesse dia o teu coração abrir-se-á como rosas em flor nos mais belos dias de Primavera. Vão olhar um para o outro e não vão precisar de dizer o vosso nome. São vossos, inatos e legítimos. São um do outro. E serão um. *