Porque é que me sinto sempre assim, como se fosse o chão do mundo? Parece que todos os dias são de chuva e frio intenso, que não há calor que dure nem esperança que persista. Porque parece que todos os amigos que eu pensava ter apenas me apunhalam uma e outra e ainda outra vez? Será que sou apenas o chão frio da rua, que conta histórias de futuros de sonho, trevas amargas e dias de solidão?
Ontem olhei pela janela do meu quarto, vi aquela estrela que eu costumava ver sempre que pensava naqueles que tinha perdido e lembrei-me do teu sorriso. Parece que nenhum daqueles momentos bons durou, tudo passou como aquilo que escrevi na areia da praia. Olho ainda a estrela fixamente, porque tento perceber porque é que nada é fácil para mim. Tinha um sonho, um único pecado de querer mostrar aquilo que sinto em conjunto com outros que sentissem algo similar. Acabaram com o meu sonho e abandonaram-me, mais uma vez pisando-me como se de chão eu me tratasse.
Ontem olhei pela janela do meu quarto, vi aquela estrela que eu costumava ver sempre que pensava naqueles que tinha perdido e lembrei-me do teu sorriso. Parece que nenhum daqueles momentos bons durou, tudo passou como aquilo que escrevi na areia da praia. Olho ainda a estrela fixamente, porque tento perceber porque é que nada é fácil para mim. Tinha um sonho, um único pecado de querer mostrar aquilo que sinto em conjunto com outros que sentissem algo similar. Acabaram com o meu sonho e abandonaram-me, mais uma vez pisando-me como se de chão eu me tratasse.
Ontem tive esperanças para um dia melhor, hoje tive a visão de que tenho de fugir. Não existe aqui lugar para mim. Já fui um passado que não se concretizou, agora sou a mágoa que dele ficou.
Apetece-me apenas olhar as estrelas do alto da serra e dizer adeus. Tenho malas e bagagens prontas para me ir embora do que foi uma vida em falso. Talvez um dia o chão conte que já não é chão, que agora é sonhos concretizados sem necessitar pisar ninguém.
(Já caí, posso aprender a voar de novo?)
2 comentários:
Passei (estou a passar) pelo mesmo, exactamente o mesmo, com contornos muito maus.
Sei bem o que é acabarem com tudo na nossa vida, tirarem o tapete, provocar o desabamento do nosso eu.
Mas também sei que, quando conseguimos por a dor de lado, e olhar para a trás sem a subjectividade dos nossos sentimentos, constatamos que vimos coisas que não estavam lá e ignorámos sinais claros.
Na nossa ansiedade de cumprir o sonho de partilha total com pessoas como nós, iludimo-nos a nós próprios.
Há uma coisa que podemos fazer: aprender onde nos iludimos, o que ignorámos e porque o fizemos. Assim, estaremos mais prontos a detectar ilusões e, mais importante, estaremos mais prontos a detectar o que sonhamos. E, sempre que o desespero não impere e a dor não queime, saber que uma má experiência só vai melhorar o sabor quando alcancarmos o nosso sonho.
Primeiro que tudo, obrigado pelo comentário.
Todos temos quedas, umas mais dolorosas que outras, muitas vezes confiamos em quem não devemos, empenhamo-nos em algo para depois vermos o fruto do nosso trabalho cair por terra (terra essa onde os vermes moram e deveram vorazmente o fruto por nós concebido). Mas quando conseguimos resgatar os pedaços do sonho e torná-lo ainda melhor, conseguindo assim realizar o que tanto queríamos, olhamos para trás com um sorriso de contentamento por termos conseguido superar os obstáculos, por mais terríveis que eles fossem. É nisso que temos de pensar, no futuro que se estende diante da incerteza de um olhar. =)
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