segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Tempos

Senti o toque de veludo sobre o tempo que já não é meu. Deixei que os mares de areia levassem com eles os momentos pelos quais tanto ansiava, mas continuo a ansiar mais pois eles um dia regressarão.
Hoje atravesso os corredores obscurecidos pelo conhecimento de outros tempos e de hoje e de um amanhã incerto ainda. Procuro sentir-me em casa, mas sinto apenas a frieza gélida das cálidas paredes e os olhares longínquos ansiosos por verdades perdidas.
Atravesso a porta, olho as mesas riscadas e as cadeiras quebradas pelo tempo. Digo um último adeus a este sítio que nunca foi realmente meu e que foi meu durante todo este tempo. Liberto-me daqui, estando sempre aprisionada, fujo como o vento e alcanço a tempestade. Encontrei um lugar onde vou ser o meu futuro.
Aguardo ansiosamente a tua vinda agora até mim, antes que Cronos nos separe do sonho.

1 comentário:

Anónimo disse...

Parece-me a mim que o tempo não é suficientemente forte para separar duas almas. No entanto a distância parece-me a mais poderosa das forças neste momento. Assim, não tentes lutar contra o elemento a quem toda a gente culpa. Luta antes pela sombra que aparece aqui e acolá, aquela sombra que separa todos os que odeia e mesmo os que ama. A distância está, assim, lançando os dados para um destino que procuramos mudar. Podemos fazê-lo. Não temos nada a perder. Não vivemos para sempre.